quarta-feira, 31 de julho de 2013

Alguns sinais de desordem sensorial

No post passado comentei como o Gabriel dava trabalho em lugares diferentes.
No shopping, no supermercado, banco, correio, lojas era sempre um teste de paciência.
Nossa, sempre pensei: porque ele faz isso?!?!?!

E outro dia, encontrei uma matéria e vi que o “problema” do Gabriel tinha um nome e não que ele era indisciplinado, inquieto ou mal educado.
O nome do problema é desordem do processamento sensorial.

Desordem sensorial ocorre quando o cérebro tem dificuldade em processar informações sensoriais.
Ele pode manifestar em cinco áreas: tátil, auditivo, olfatório, visual e vestibular (equilíbrio)

Algumas desordens que o Gabriel tinha e que melhorou muito com o tempo.

Auditivo: o barulho do local fazia com que o Gabriel ficasse inquieto, agitado e chorava.

Cortar cabelo: até os 4 anos, o Gabriel chorava, gritava e esperneava para cortar o cabelo. Eu e o pai tínhamos que segurá-lo com força.
Lembro uma vez que a diretora da escola do Gabriel falou: Este menino esta com o cabelo horrível, vou levá-lo para cortar o cabelo, tudo bem? É você que o mima, e comigo ele vai cortar direitinho, você vai ver.
Eu disse: Espero que você consiga!
Quando fui buscá-lo na escola a criança, a diretora disse: Levei o Gabriel em um cabeleireiro que o banco era um carrinho, tinha vídeo game, brinquedos, doces e este menino chorou, esperneou e gritou. Estou com cabelo na minha roupa toda, tive que colocá-lo no meu colo, e ele se mexia tanto, que o cabeleireiro ficou com medo de cortar, e ficou tudo torto. Realmente ele não gosta de cortar o cabelo.

Escovar os dentes: escovar os dentes do Gabriel não era fácil.
Quando ele era bebê, eu usava a escova de dedo, ele vivia mordendo a minha mão e não abria a boca de jeito nenhum
Quando eu passei para  o uso da escova de dente, ele mordia a escova e não deixava escovar os dentes.
Eu só consegui escovar mesmo os dentes dele aos 3 anos, porque antes, era com muita fé.

Etiqueta de roupa: até hoje, reclama da etiqueta da roupa. Todas as camisetas eu tenho que tirar. Ele diz que machuca, incomoda.

Tecido: até hoje, só usa tecido mole como moletom ou tactel. Tecidos como jeans ou sarja, tecidos mais encorpado, só usa obrigado, coloca chorando, e usa resmungando.

Andar de bicicleta: até hoje comandar o guidão, o pedal e equilibrar em uma bicicleta é muito difícil para o Gabriel. Ele tem que se concentrar muito para andar.


O que no passado era frescura, mania ou chatice. Hoje, a ciência explica o porque destes problemas.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Desordem Sensorial

Hoje fui ao correio e tinha uma mãe com uma criança por volta dos 5 anos.
Esta criança estava inquieta, gritava por colo, para ir embora e chorava.
E como chorava.

Na hora voltei no passado e lembrei do Gabriel pequeno.
Sair com o Gabriel para o shopping, supermercado, banco, correio, lojas
era um teste de paciência.
Se ele não estava fugindo, ele estava pedindo colo, querendo ir embora ou simplesmente chorando.
Quantas vezes eu já estava no balcão para ser atendida e tinha que sair correndo porque o meu pequeno estava fugindo pela porta.
Quantas vezes eu não ouvia o que a atendente falava porque o meu garotinho chorava em meus ouvidos.
Quantas vezes, nossa quantas vezes, as pessoas deixavam eu passar na frente só para eu sair logo dali.

Lembro uma vez que estava no provador com o Gabriel, e ele fugiu por baixo da porta.
E de lá do provador gritei: segurem o menino, ele vai fugir.
Os vendedores ainda tentaram segurar, mas já era tarde, o Gabriel já tinha fugido.
Sai correndo do provador, desesperada, os vendedores atrás, e daqui a pouco vem um segurança trazendo o menino de volta.

Na época não sabia o porque que o Gabriel fugia ou chorava tanto em um ambiente.
Hoje, eu acredito que ele tinha dificuldade no processamento sensorial.
O barulho do lugar acabava incomodando muito o Gabriel.

Amanhã um post sobre a algumas sinais da desordem sensorial do Gabriel.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

A educação vem de casa.

Ter um cachorrinho fez muito bem para o Gabriel.
Em casa ele sempre foi o protegido, todo mundo cuidava dele.
Agora com o Moti (o cachorro), ele esta aprendendo a cuidar de alguém.

Este momento de ajudar e ensinar o Moti faz muito bem para sua auto estima.
Aprendeu a ter responsabilidade, a cuidar e a proteger.

O mais lindo de tudo isso, é que o Gabriel esta sempre conversando com o Moti.
Explicando sempre o porque não fazer isso ou aquilo, o porque ele esta de castigo, porque ele recebeu um agrado ou o porque ele deixou alguém triste.

Nestas horas dá para ver o quanto que uma criança é esponja.
A forma de como a gente ensina, de como explicamos, é a maneira que eles agem.

Por isso, nós mães e pais, precisamos sempre ensinar o certo, pois eles levarão a sua educação, a sua base de vida, para uma vida toda.

Realmente, a educação vem de casa.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Como educar um cachorro. Parte 5

Técnicas de como educar um cachorro, com Gabriel
(Crianças são como esponjas e repassa o que aprende.)

Parte 5.

Moti! Olhe nos meus olhos.
Você não pode ficar lambendo o chão.
O chão tem um monte de bichinhos que vão para a sua barriga.
Depois você fica doente e você tem que tomar injeção no bumbum.

Dói Moti. Dói muito tomar injeção.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Um sonho possível

Ontem assisti o filme: Um sonho possível – História de Michael Oher, jogador de futebol americano.
Lindo filme de superação. De difícil infância e juventude, ele consegue se tornar um astro no futebol americano.

Em uma parte do filme, lembra muito a dificuldade do Gabriel na escola.
O Michael Oher, o big Mike do filme, vai muito mal na escola e tira notas muito baixas.
Até que perceberam que ele fazendo provas orais, ele se saia bem melhor.

Em uma cena do filme mostra o big Mike fazendo uma  prova oral.
Ele fala apenas palavras chaves, soltas e os professores ajudam a desenrolar o pensamento.
E é isso que acontece com o Gabriel também.
Ele aprende a matéria da escola por associação de palavras ou de ideias e precisa de ajuda para dar a resposta certa.

Quantos Michael Oher ou quantos Gabriel existem por este mundo grande.
Eles não são menos capazes. Eles só precisam de uma forma diferente de aprender e de se expressar.



terça-feira, 23 de julho de 2013

DPAC x Maturidade

Crianças com DPAC além de lidar com a dificuldade de comunicação, tem que lidar com a maturidade também.

O comportamento do Gabriel é bem infantilizado.
Hoje ele tem 11 anos, mas a maturidade, muitas vezes é de uma criança de 8 anos.

Percebo que com uma criança de 8 anos, ele brinca muito bem.
Já uma criança da mesma idade, de 11 anos, ele tem uma certa dificuldade de brincar.
Ele tenta até chegar perto, mas as conversas, as brincadeiras acabam não coincidindo, e acaba ficando de lado.

A neurologista informou que crianças que tem “dificuldades” na parte do aprendizado, acaba sendo mais infantil.

Conversa sobre o nascimento dos bebês
Eu: Nath, a sua professora disse que você sabe como nasce os bebês.
Nath: Nós aprendemos na escola.
Eu: E como eles nascem?
Nath: Eu não quero falar sobre este assunto.
Eu: Ah! Você não sabe.
Nath: Eu não quero falar.
Gabriel: Eu sei como o bebê nasce!!! Um negócio chega até o o ovo da mulher e faz o bebê.
Nath: O negócio se chama espermatozoide e chega no óvulo, mas a mãe quer saber como ele chega até lá?
Gabriel: Ai eu não sei como chega, não me lembro desta parte, você sabe Nath?
Nath: Já falei que não vou falar sobre isso.

Um lado é bom porque o meu pequeno continua sendo criança, ainda tem o lado inocente.
Mas, o lado ruim que ele sofre porque não consegue se relacionar com outras crianças já pré adolescente.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

A cada passo uma nova conquista

Hoje estou muito feliz.
Pequenas conquistas, transformam o seu dia, em um dia muito especial.
E dá um gás novo para longa jornada.

E tudo começou no sábado a noite, voltado de carro para casa.........

O Gabriel diz: Mamãe, o homem esta muito mal.
Eu: Que?!?! Quem?!?!?
Gabriel: O cantor. Você não ouviu que ele tossiu?
Eu: O cantor tossiu?!?!?!
Gabriel: Sim, mãe, você não escutou?
Herbert: É verdade, eu ouvi uma tosse.
Eu: HAHAHAHAHAHAHA, vocês acham que o cantor gastaria uma fortuna para tossir na música. Vocês estão loucos!!!

E hoje, pela manhã, comentando o caso com a minha amiga Juliana, ela disse que tem uma música do Snopp Dog que ele tosse na música.
Eu: Sério? Mentira?

E não, é que a música que o Gabriel escutou, o homem tosse mesmo?!?! 
Muito orgulhosa do meu pequeno.
Ele aprendendo a separar os sons.



Parabéns Gabriel!
A cada passo uma nova conquista! 
Nunca deixe de acreditar. 

A música é Youg, Wild & Free - Snopp Dogg

sexta-feira, 19 de julho de 2013

#Diversão 10

As aventuras de quem escuta, mas não entende o mundo feminino.

Cena loja de sapato:

Gabriel: Mamãe o que a gente venho fazer aqui?
Eu: Ué? Comprar um sapato para Nath.
Gabriel: SAPATO? Mas, para quê? A Nath esta cheio de sapato!!!!!
Eu: Mas nenhum combina com o seu vestido.
Gabriel: Como não? Ela tem um monte e de todas cores: rosa, branco, preto, azul.... esta cheio ao armário. Eu só tenho dois sapatos.
Eu: Você quer comprar um sapato também?
Gabriel: Não para que? Eu só tenho um pé.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Como educar um cachorro. Parte 4

Técnicas de como educar um cachorro, com Gabriel
(Crianças são como esponjas e repassa o que aprende.)

Parte 4. Como ensinar ao seu cachorro que o mundo é muito perigoso

Moti! Moti!
Não saia por esta porta sozinho!
O mundo lá fora é muito perigoso.

Olha para mim.

Você é muito pequeno.
E existe lá fora homens maus que levam você para longe.
E nunca mais você verá a gente.

Então, nunca saia por esta porta sozinho.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Levar ao pé da letra.

Férias com as crianças é muito divertido.
Com o Gabriel é uma aventura sem fim.

Nas férias passo muito mais tempo com o Gabriel.
E a gente percebe algumas dificuldades dele.

Uma coisa que o Gabriel tem muita dificuldade é entender expressões idiomáticas.
Eles levam a frase tudo ao pé da letra.
Por mais que a gente fale,ele sempre fica com aquela interrogação na cabeça.

Eu: Vamos ter que pisar em ovos.
Gabriel: Pisar no ovo? Não quebra?
Eu: Não Gabriel. É uma expressão, quer dizer que a gente tem que tomar cuidado
Gabriel: Cuidado para o ovo não quebrar?
Eu: Sim, Gabriel temos que ir com cuidado, para não fazer a coisa errada.
Gabriel: Então porque você quer pisar no ovo? Não é melhor não pisar? 

Outra cena.

Eu: Ah! Agora caiu a ficha.
Gabriel: Que ficha?
Eu: Que eu entendi a história.
Gabriel: E porque você falou caiu a ficha?
Eu: Porque é expressão que se usa. Antigamente os orelhões funcionava com ficha, e quando alguém atendia do outro lado, a ficha caia.
Gabriel: Ah?!!? Orelhões? Coloca ficha na orelha? Não entendi?


As vezes queria ser um neurônio, só para saber como o Gabriel imagina a situação.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Em boca fechada, não entra mosca.

As minhas férias acabaram.
Hora de voltar ao batente.
Férias é sempre bom.
São poucos dias que você quer fazer tudo ao mesmo tempo
E quando acaba, você sente que já esta precisando de férias novamente.....rs

O Gabriel adora férias, ele contas os dias, as horas e se bobear até os minutos.

Eu: Gabriel porque você gosta tanto das férias?
Gabriel: Porque eu posso brincar e me divertir.
Eu: Mas, você não sente falta dos amigos da escola?
Gabriel: Amigos? Que amigo mãe?
Eu: Da escola? (Putz! Falei besteira.....)
Gabriel: Você sabe que eu não tenho amigos. (com o olhinho cheio de lágrimas)

(E agora, o que eu falo? Pensa. Pensa. Pensa rápido, algo motivacional. Pensa. Pensa. Não vem nada para falar. Que burra. Que idiota. E agora? Como vou consertar?)

Eu: Vamos arrumar a mala, Gabriel?!?!


Como a minha mãe dizia: em boca fechada, não entra mosca.