quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Como educar um cachorro. Parte 12

Gabriel conversando sobre a famíla com o Moti.

O moti, você faz parte da nossa família.

Você é dorminhoco como a mamãe
Bonzinho como a Nana
Bravo como o papai.
E bagunceiro como EU.

Mesmo não nascendo da barriga da mamãe, você é um Higashi.

E nunca iremos te abandonar.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

No meio do caminho......

Hoje eu vejo que o Gabriel ficou no meio do caminho.
Não faz parte do “padrão” da sociedade.
E também não é considerada  uma criança inclusiva.

E ficar no meio do caminho é ser esquecido.
É não fazer parte de nenhum lado e nem do outro.

Para governo estas crianças tem apenas uma dificuldade. E deu um rótulo, uma sopa de letrinhas (TDA, THDA, DA, DPAC e etc).
Para sociedade é mais um caso de criança rotulada. Onde acreditam que os pais utilizam como desculpa pelo mal comportamento ou por não conseguir acompanhar a turma.

Estas crianças rotuladas enfrentam muito obstáculos e desafios.
E precisam de ajuda de profissionais para o crescimento.
E principalmente da ajuda da sociedade para aceitá-lo do jeito que são. 

Hoje o Gabriel fala, expressa e se comporta melhor.
Mas, para ele chegar onde chegou, foi um processo longo e que investimos muito tempo.

Desde os 4 anos o Gabriel faz fono.
Aos 6 anos, Gabriel continuava na fono e foi para psicóloga.
Hoje, aos 12 anos, o Gabriel continua na fono.
Já a psicóloga ele faz um tempo, para e depois volta.
A psicopedagoga ele fez por dois anos e hoje não mais.

Ele poderia ter se desenvolvido muito mais.
Mas, por falta de recursos financeiros precisamos optar por qual terapia que é prioridade no momento.
Se o governo investisse no desenvolvimento destas crianças, com certeza a evolução seria mais rápida.

Estas crianças no meio caminho são capazes.
Só precisamos que todos acreditem na potencialidade e dê uma chance.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Uma dupla de um.

O Gabriel nunca trouxe um amigo da escola para casa.
E quando o Gabriel disse que o Leo viria.
A ansiedade tomou conta de todos.
Preparei um lanche bem gostoso para que se sentisse bem acolhido.

O motivo era para fazer um trabalho de escola.
E pela primeira vez o Gabriel participaria de um trabalho de grupo.
E não teria apenas a função de não fazer nada.

Mas, infelizmente eu percebi que o Gabriel não agrega em nada no trabalho.
Ele não entendia o que o garoto falava.
Ficou sentado apenas ouvindo ou simplesmente voando nos pensamentos.

Leo: Gabriel, você concorda?
Gabriel: O que?
Leo: Do que eu falei. Você esta entendendo do que eu estou falando?
Gabriel: É..... mais ou menos....
Leo: Ah! Tá bom, não precisa concordar, vamos continuar. Você não quer ir digitando?
Gabriel: Tá bom.
Leo: Começa a escrever: Os feudos eram compostos
Gabriel: Espera! Espera! Repete de novo.
Leo: Os feudos
Gabriel: feudos é com t ou com d
Leo: D Gabriel.
Gabriel: T de tatu?
Leo: de D de dado.
Gabriel: Ah! Tá. Continua....
Leo: eram compostos
Gabriel: Pera! Compo que? Como se escreve?
Leo: Ah! Deixa que eu digito. É mais rápido.

Leo, não tenho palavras para agradecer por você ter vindo em casa.
E ter tido a paciência de fazer o trabalho com o Gabriel.
Você não tem a idéia de quanto o seu gesto foi maravilhoso.
E a sua paciência enorme com o Gabriel.

Um enorme OBRIGADO