quinta-feira, 16 de março de 2017

Alguém tem o zap zap do Sherlock Holmes?

Há uns 5 anos atrás, conheci um rapaz de 23 anos que tinha DPAC.
E um dia ele disse:
- Tenha paciência. Pois coisas simples para você é super complicado para eu entender.
Eu achava que era um exagero da parte dele, mas, agora 5 anos depois, vejo que esta frase é verdadeira.

Gabriel: Mãe, quantos anos eu tinha quando fui para o Thermas.
Eu: Acho que fomos há três anos atrás.
Gabriel: E quantos anos eu tinha?
Nath: 12 anos.
Gabriel: Como você sabe, Nath?
Eu: É só fazer a conta.
Gabriel: Que conta?
Nath: Se você tem 15 anos e foi há 3 anos atrás, você precisa fazer 15 menos 3.

Eu queria entender como funciona o raciocínio deles.
Pois, é um problema simples de matemática e que seria muito fácil de achar a resposta.
Mas, ele  fica muito confuso, pois o pensamento dele não consegue acompanhar a lógica das informações.

Tia Gi: Gabriel, eu estou tão feliz que a sua mãe esta trabalhando.
Gabriel: Não tia, a minha mãe não esta trabalhando.
Tia Gi: Ué? Será que eu entendi errado?
Gabriel: Tia minha mãe esta em casa.
Tia Gi: Mas, a sua mãe disse que estava trabalhando.
Gabriel: Esta hora ela esta em casa, ela não trabalha a noite.

Esta falta de interpretação.
Este raciocínio ao pé da letra,
faz com que a gente pense: ele esta zoando com a minha cara?!?!
 
Eu: Gabriel, você esta fazendo o que?
Gabriel: Você esta falando comigo?
Eu: Não, com o vizinho.
Gabriel: Então tá. (vira e vai embora)

Enfim........ existem muitos mistérios que acho que nem a ciência e nem Sherlock Holmes conseguiria explicar.

Cena extra:
Eu: Gabriel, volta aqui que estou falando com você.
Gabriel: Mas, você disse que era com o vizinho.
Eu: Se nesta casa só tem eu e você, como falaria com o vizinho?
Gabriel: E eu que tenho que saber?

quarta-feira, 8 de março de 2017

Gabriel é como o Chaves

A minha infância eu via o seriado do Chaves.
Ria muito das besteiras que o Chaves fazia.
E, sempre pensava: da onde vem as idéias.
Gabriel adora o Chaves também.
Quando ele vê, ele não ri. Ele gargalha.

Mas, somente outro dia que percebi que o chaves tem DPAC.
As frases que ele usa:
- Ninguém tem paciência comigo
- Escapuliu
- Entendi, mas não compreendi.

Nas cenas
- Quando ele voltava diversas vezes para perguntar o que era mesmo que ele tinha que fazer.
- Quando ele fazia tudo ao contrário.
- Quando passava o recado errado.

Chaves com certeza tem DPAC.
Assim como o Gabriel tem.

Gabriel é como o chaves.
Ingênuo e de bom coração.
Suas trapalhadas não é por burrice
E sim, por não compreender as situações.

Outro dia peguei o celular do Gabriel para ver as horas, mas eu não estava encontrando.
Eu: Gabriel, o seu celular não tem relógio?
Gabriel: Lógico que não né, mãe
Nath: Lógico que tem relógio Gabriel.
Gabriel: Como um relógio deste tamanho pode entrar no celular?
Nath: Olha, aqui esta o relógio.
Gabriel: Isso não é um relógio.
Nath: E o que é isso?
Gabriel: Isso são horas.

Um dia quem sabe as historias do blog não vira um desenho.
Já até vejo os personagens: um japonesinho fofinho jogador de beisebol, com os seus amigos e amigas no campo de beisebol e vivendo as aventuras de quem escuta, mas não compreende.

Cenas extras (só os fortes entenderão)
Digo: Gabriel, você pode ser o catcher?
Gabriel: E o que eu tenho que fazer?
Digo: Você agacha e coloca a luva na frente do seu rosto para a bola não bater na sua cara.
Gabriel:
Digo: GABRIELLLL..... você não pode virar a cabeça, porque se não a bola vai bater no seu rosto.
Gabriel: E como vou enxergar a bola vindo?
Digo: Põe a luva mais para baixo, né?
Gabriel: Credo, que falta de paciência.







quarta-feira, 1 de março de 2017

Eu sou um mito.

Crianças com DPAC além da sua dificuldade de processamento, a maioria tem uma auto estima baixa..
 
Como eles tem dificuldade de compreender.
Se sentem burro.
Se sentem incapaz.
A confiança cai,
Tende a isolar
E a ficar triste.
E, tirar desta situação vira uma missão quase impossível.

O ideal é começar o tratamento psicológico junto com a fonoaudióloga, para que a criança possa ficar fortalecida.
Mas, além da terapia, o mais importante é ter pessoas que o compreenda e que tenha paciência de explicar trocentas vezes a mesma coisa.

O Gabriel tinha uma auto estima muito baixa.
E melhorar auto estima foi um processo lento e muito doloroso.
Mas, hoje, com a ajuda dos amigos ele vem melhorando bastante e até tira “onda”

O Gabriel aprendeu uma frase e usa pra tudo.
Se eu falar: Gabriel você é muito inteligente.
Ele dirá: Eu sou um Mito.
Se eu falar: Gabriel porque você demora tanto?
Ele dirá: Eu sou um Mito.

E eu perguntei: Gabriel o que é um Mito?
Gabriel: Sou eu.
Eu: Eu não perguntei quem é um mito, eu perguntei o que é um Mito.
Gabriel: Eu não sei, você tem que perguntar para o Digo.
Eu: E se Mito que dizer idiota. Então você é um idiota?
Gabriel: Será?!?!?
Eu: Você não pode repetir as coisas que não sabe o significado, vai que você esta xingando alguém?
Gabriel: o Digo é meu amigo, ele nunca faria eu passar vergonha.

Olha a sua responsabilidade, Sr. Digo! Espero que o senhor só esteja ensinando coisas boas para o Gabriel. Tô de olho ... 00

Cenas extras:
Digo: Você tem que falar para o Tetsui que você é um Mito.
Gabriel: E quem é o Tetsui?
Digo: Aquele cara que treina com a gente, e ajuda o sensei.
Gabriel: Eu conheço?
Digo: Lógico que conhece, vou te mostrar no treino.
Gabriel: Ele vai brigar comigo?
Digo: Não, ele é de boa.

Gabriel: Tetsui, eu sou um Mito!
Tetsui: Ah! Você é um Mito!
Gabriel: Sim. Eu sou um Mito! Se eu sou um Mito, eu posso bater com o taco de madeira? (taco de madeira é apenas para categoria acima dos 17 anos)
Tetsui: Tá, como você é um Mito, vou te deixar usar o taco.

E lá foi o Gabriel confiante rebater a bolinha com o taco de madeira.