terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Para a mulher que estava na farmácia.


Com o seu filho berrando,
E chorando na fila do caixa.

Vi pessoas te olhando.
Vi pessoas te julgando.
Fui em sua direção para te ajudar.
Mas, você saiu rapidamente da farmácia.
E não consegui te apoiar.

Mas, eu queria contar muito uma história......

A Cris tinha um filho.
Um filho lindo.
Mas, ela sempre escutava:

Cris, o seu filho é imaturo, porque você o mima demais.
Cris, para de fazer as coisas para o seu filho, ele nunca vai aprender.
Cris, o seu filho é normal, você que protege demais.
Cris isso é manha.

A Cris deitava na sua cama e as frases materlavam na sua cabeça:
Para de mimar.
Ele é normal.
Chega de proteger.

Cris sabia que o seu filho era normal.
Só que ela não conseguia explicar para as pessoas que em algum momento,
Ele se perdia.
Que não entendia.
E que ficava irritado.

A Cris sabia que quando ele ficava irritado, não precisa ter um motivo.
Ele simplesmente se jogava no chão,
Chorava,
Gritava,
Ou simplesmente empacava no meio da rua.

As pessoas em sua volta olhavam com o olhar de recriminação.
Que menino mimado.
Porque esta mãe não faz este menino parar de chorar.
Será que ela não percebe que o grito esta irritando.
Que menino mal educado.

A Cris sabia que quando ele ficava deste jeito,
Não adiantava fazer nada.
Porque quanto mais falasse com ele.
A situação piorava mais.

Cris não sabia por que o barulho o irritava.
Não fazia ideia de que muitas imagens ou pessoas ao seu redor, o deixavam inquieto

A Cris que todos diziam que mimava
E que era culpada.
Não sabia o que fazer.
Queria apenas se esconder,
E fugir para um lugar para ninguém te julgar.

Cris chorava escondida.
Tentava fazer a qualquer custo o seu filho ser “normal”.
Se comportar como as outras crianças.

Cris via que o seu filho esforçava
Mas não conseguia ser “normal” como a sociedade queria.

Para mãe da farmácia só queria apenas te dizer
Que uma hora eles crescem.
Eles amadurecem.
E que aprendem melhor a lidar com as emoções.
Terão mil pessoas te julgando.
Mas, sempre terá uma pessoa para te ajudar.
E te compreender.

História extra:
Uma vez viajamos com o Gabriel de avião.
Ele começou a chorar.
E chutava o banco da frente.

Eu falava:
Para de chorar.
Para de chutar.
Mas, ele não escutava.

De repente a senhora que estava no banco da frente
Levantou.
Olhou para mim (eu morrendo de vergonha)
E disse: Tudo bem, mãe.
Gabriel, o seu nome é Gabriel, né?
Fica calmo.
Respira fundo.
Vai dar tudo certo.
E assim fomos com ele chorando e chutando até aterrissar o avião.


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